Crítica: Whiplash - Em Busca da Perfeição




Ao lado de "Selma", "O Jogo da Imitação" e "Sniper Americano", "Whiplash - Em Busca da Perfeição" faz parte da extensa turma que deve sair de mãos abanando do Oscar 2015. Na verdade, o filme possui apenas uma chance. É na categoria de Ator Coadjuvante, que tem J.K.Simmons como favorito ao prêmio. O veterano, na verdade, é o protagonista do projeto, ao lado do jovem revelação Miles Teller.

"Whiplash" foi escrito e dirigido por Damien Chazelle, de 29 anos, a partir de um curta-metragem de mesmo nome lançado em 2013. O rapaz já possía no currículo o longa-metragem musical "Guy and Madeline on a Park Bench". Se nessa primeira experiência o jazz era uma força motora, em seu mais recente longa-metragem ele é o nirvana para o jovem promissor Andrew Neyman.

O aspirante a baterista profissional chama a atenção do consagrado professor Terence Fletcher e entra para a orquestra principal da melhor escola de música dos Estados Unidos. Nas mãos do mestre, o aluno irá sofrer pressões psicológicas e físicas, precisando doar, literalmente, o seu sangue para provar que é o melhor.

J. K. Simmons está arrebatador no papel do impiedoso professor. O maestro transforma a vida dos estudantes em um verdadeiro pesadelo, exigindo dedicação ao máximo e incentivando a competição entre eles. Seu método de ensino é como um jogo de humilhação que ou empurra o aluno a superar-se ou o leva a uma profunda depressão.

Após sucessivas tiranias sofridas, inverte-se o jogo no tabuleiro e "Whiplash" fica ainda mais interessante. Abre para uma discussão sobre quais são os limites para estimular o talento de um aluno. Fletcher pede nada menos do que a perfeição e Neyman embarca nessa obsessão doentia, chegando aos extremos. Seria essa mesmo a linha a ser seguida para atingir a plenitude?

"Whiplash", assim como "Birdman", traça um panorama sobre a paranoia da sociedade contemporânea em ser bem sucedido profissionalmente. Um clima de tensão e debate ao som de jazz, de uma edição classuda e frenética como as baquetas do jovem baterista. A indicação como um dos melhores do ano é mais do que merecida.

Nota: 8

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