O Vencedor


“O Vencedor” veio para David O. Russel conquistar o respeito na indústria cinematográfica. O diretor de comédias como “Procurando Encrenca” e “Três Reis” estava parado desde 2004, quando lançou divertidíssimo “Huckabees – A Vida É Uma Comédia”. O hiato de seis anos serviu para produzir o filme que iria colocá-lo entre os diretores do primeiro time. Após o lançamento de “O Vencedor”, indicado a sete Oscars, o cineasta adquire maior confiança para seus próximos projetos e contribui a fortalecer o poder de astros como Mark Walhberg, Christian Bale, Amy Adams e Melissa Leo.


O desenrolar deste drama é centrado na disfuncional família do boxeador Micky Ward (Wahlberg). Para chegar à consagração com o título mundial de peso levo, ele terá que passar por inúmeras lutas sob o controle do irmão drogado (Bale), da mãe interesseira (Leo) e da namorada pulso firme (Adams). Mais que um filme sobre o esporte, “O Vencedor” aborda os conflitos dos personagens e as aspirações de cada um deles sob o aspirante lutador.


A trajetória de Ward é real e muito curiosa, mas ganha força graças as assombrosas interpretações do quarteto. Christian Bale e Melissa Leo, principalmente, estão possuídos pelas figuras controversas de seus papéis. Os dois utilizam o boxeador como um trampolim para se autopromover e lucrar em cima das lutas. Amy Adams como a namorada é quem vai contra essa “exploração” e provoca a fúria da matriarca. O protagonista, Wahlberg, é o mais prejudicado, com um personagem linear e sem tantas nuanças – deve ser por isso sua lamentável ausência na disputa pelo Oscar.


Nota: 7,8